segunda-feira, 20 de outubro de 2008
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Pais Brilhantes
Dizem que foi o desespero que as levou a tomar atitudes equivocadas ou que circunstâncias negativas as fizeram agredir o seu semelhante ou suas propriedades.
Filhos agridem pais porque eles não lhes deram o que pediram, no momento exato em que o fizeram.
Irmãos que mentem, enganam para ter um quinhão maior em heranças, não se importando em que condições ficarão os demais irmãos.
Viktor Frankl, um judeu vienense, que foi prisioneiro dos alemães, durante a segunda guerra mundial, escreveu: Nós que vivemos em campos de concentração podemos lembrar dos homens que andavam pelos alojamentos confortando os outros, distribuindo seus últimos pedaços de pão.
Talvez eles tenham sido poucos. Mas são prova suficiente de que tudo pode ser retirado de um homem. Menos uma coisa, a última das liberdades humanas - escolher que atitude tomar em quaisquer circunstâncias, escolher o seu próprio caminho.
Portanto, escolher o bem ou o mal compete a cada um. O que nos falta, sim, é uma melhor educação. Não essa educação que se aprende nos livros. Mas aquela que tem a ver com a formação do caráter da criatura.
E para isso precisamos urgentemente, de pais conscientes que ensinem verdadeiros valores a seus filhos. Que lhes digam que é nobre dizer a verdade, mesmo que isso não os credencie a receber algum prêmio ou compensação.
Pais que tenham coragem de falar aos seus filhos sobre os dias mais tristes das suas vidas. Que tenham a ousadia de contar sobre as suas dificuldades do passado e como as conseguiram vencer.
Pais que não desejem dar o mundo aos seus filhos, mas que queiram sim lhes abrir o livro da vida.
Pais presentes que desenvolvam em seus filhos: auto-estima, capacidade de trabalhar perdas e frustrações, filtrar estímulos estressantes, dialogar e ouvir.
Pais que tenham tempo, mesmo que o tempo seja muito curto. Pais que joguem menos golfe, futebol e se sentem para conversar com os filhos, descobrindo-lhes o mundo íntimo.
Pais que não se preocupem somente com festas de aniversário, tênis, roupas, produtos eletrônicos. Mas que também se preocupem em dialogar.
Pais que sabem que não devem atender todos os desejos dos seus filhos, pois isso os tornará fracos, dependentes.
Pais que dêem algo que todo o dinheiro do mundo não pode comprar: o seu amor, as suas experiências, as suas lágrimas e o seu tempo.
Em suma: um autêntico processo de educação, em que o filho aprende que amar é o maior dos tesouros.
E não haverá de se tornar infeliz somente porque não tem a roupa de griffe, ou não conseguiu viajar ao exterior nas férias.
Será alguém que se preocupa não somente consigo mesmo, mas com o seu semelhante.
Alguém que reconhecerá a grande diferença entre ter coisas e ser uma pessoa útil à comunidade, um cidadão honrado, um homem de bem.
Augusto Cury
...............
É possível que você diga que trabalha muito e não tem tempo.
Contudo, faça do pouco tempo disponível, grandes momentos de convívio com seus filhos.
Role no tapete, faça poesias. Brinque, sorria. Conheça-os e permita que eles o conheçam.
Lembre-se, por fim: seus filhos não precisam de um super-homem, de um executivo bem sucedido, de um empresário muito rico.
Para eles não importa se você é médico, professor, administrador de empresa, copeiro, enfermeiro.
Importa, sim, o ser humano que você é e que os ensinará a ser.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Pais Sem Tempo
Sabe, meu filho, até hoje não encontrei tempo para brincar com você. Arranjei tempo para tudo, menos para vê-lo crescer. Nunca joguei dominó, xadrez ou empinei papagaio com você.
Sabe, sou muito importante. Não tenho tempo para sentar no chão com você. Não, não tenho tempo!
Certa vez você veio com o caderno da escola. Não liguei. Continuei lendo o jornal. Afinal, os problemas internacionais são mais sérios que os de minha casa.
Qual a importância de eu saber se hoje você venceu ou perdeu a corrida na escola? Amanhã, quando falar com os homens de negócio, o que eu preciso saber é a cotação da bolsa e como anda a política internacional.
São esses assuntos que me tornam importante aos olhos dos outros e que permitem que eu cresça no mundo dos negócios, sempre mais.
Nunca vi o seu boletim, nem sei qual foi a sua primeira palavra.
Você entende... Não tenho tempo.
Eu não reparo em quase nada. Minha vida é muito corrida.
Sei que você se queixa, que sente falta de uma palavra minha, de um corre-corre, de um chute na sua bola.
Sei que você sente falta do meu abraço e do meu sorriso. Mas não tenho tempo.
Você entende, sou um homem muito importante.
Preciso dar atenção a muita gente, dependo delas.
Na verdade, sou um homem sem tempo.
Sei que você fica chateado, porque as poucas vezes que conversamos, só eu falo, e a maior parte é bronca.
Quero silêncio! Quero sossego! E você tem a péssima mania de pular sobre a gente, de agarrar, querer contar tudo que lhe acontece.
Filho, não tenho tempo para abraçá-lo para ficar com papo-furado com criança.
Filho, o que você entende de comunicação, cibernética, racionalismo?
Você sabe o nome dos grandes economistas? Dos grandes investidores? Sabe quais são as ações que estão em alta? Sabe qual é o melhor investimento a ser feito?
Sabe, filho, não tenho tempo. Tenho muitos cursos a freqüentar, muitas coisas a aprender.
Mas o pior de tudo é que... Se você morrer agora, já, neste instante, eu ficaria com um peso na consciência, porque até hoje não arrumei tempo para brincar com você.
E sei que nada iria preencher o vazio que sua ausência deixaria em nossa casa. Oh, filho, por que eu não consigo arrumar tempo para estar com você?
Pensamento:
O mundo sente falta de homens que sejam pais. De homens que, após o dia das tarefas exaustivas, saibam ser doces e se debruçar sobre o berço do pequeno que dorme e o acariciem.
Que tenham ternura e cuidado suficientes para se erguer pela madrugada para acompanhar o filho que segue para a viagem de férias com amigos.
O mundo precisa de pais que saibam ouvir não somente os grandes empresários e o tilintar das moedas. Mas, que, se fazendo pequenos, ouçam com atenção a narrativa ofegante do garoto que chega da rua, da escola, da creche.
Esses pais formarão cidadãos nobres, homens dignos que se preocuparão com os demais, porque desde cedo aprenderam que o amor e a dedicação são peças indispensáveis para o mundo melhor que todos desejamos.
Momentos de Luz vol. 1- cap. Não tenho tempo
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